‘Halloween Ends’ oferece pior experiência da nova trilogia

Aquiles Marchel Argolo
2 min readOct 24, 2022

Confuso e cansativo

Imagem: Divulgação

Lançado em 2018 como continuação direta do clássico “Halloween — Noite do Terror”, ‘Halloween’ conseguiu fazer o que poucas continuações de clássicos do gênero conseguem: revitalizar a franquia, agradando mutuamente crítica e público. A volta de Michael Myers e de Laurie Strode para resolverem de vez sua mal acabada história fez daquele o melhor filme da franquia desde o original e como rendeu dinheiro aos estúdios, previsivelmente, encomendaram continuações.

A sequência, “Halloween Kills”, desmanchava boa parte do encanto conseguido com o primeiro filme, mas ainda assim divertia por apresentar um Michael Myers impiedoso e violento como não se via há tempos.

Chegamos em 2022 e a queda livre de qualidade da nova trilogia chega ao seu ápice em ‘Halloween Ends’. Laurie Strode finalmente decide se libertar e abraçar a vida, superando os traumas do passado, mas sua vida se cruza com Corey Cunningham, um jovem que matou um garoto de forma não proposital.

Imagem: Divulgação

‘Halloween Ends’ funcionaria melhor se tivesse outro nome e não fosse ligado às suas prequelas. A jornada de Corey até o enlouquecimento e a suscitação de questões sobre o nascimento do mal cansa por perder o sentido em um encontro sem sentido entre o jovem e um envelhecido e ferido Mike Myers dentro de um esgoto. A narrativa perde total sentido e nem parece que foi o mesmo roteirista que escreveu os três filmes.

Difícil imaginar que o assassino protagonista de uma franquia de mais de 30 anos de história tenha passado quatro anos escondido em um esgoto e quando aparece, é para ser coadjuvante do próprio filme.

Há um decréscimo considerável na qualidade da participação de Allyson (Andi Matichak), neta de Laurie Strode. A garota poderia ter sido usada como uma espécie de herdeira da maldição da família, mas é representada como uma aborrecente que se apaixona por alguém que claramente é um psicopata em potencial.

Jamie Lee Curtis entrega sua personagem com a competência de sempre, mas a evolução de sua vida pessoal é retratada superficialmente com um flerte no supermercado, sendo todas as outras camadas relegadas a uma avó que tem que lidar com uma neta chata.

Como filme de terror, “Halloween Ends” não oferece tensão suficiente para nos fazer grudar na cadeira e nem sustos para nos fazer pular. O final anticlimático combina com o tom do resto do filme.

Aquiles Marchel Argolo

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Aquiles Marchel Argolo

Jornalista, apaixonado por comunicação, cultura pop, música, quadrinho e literatura. Pseudocinéfilo, pseudocult. Contrariando as estatísticas.